Bitcoin: cenário e previsões para 2022

Se você está um pouquinho ligado no mercado financeiro, com certeza já ouviu falar do famoso bitcoin, a primeira moeda digital criada no mundo, que pode ser usada para compra de serviços, produtos ou quaisquer outros itens em estabelecimentos que aceitem este tipo de pagamento.

O bitcoin é uma moeda descentralizada. Ou seja, além de não ser regulada por governos, bancos ou empresas, é possível comprar, enviar e/ou recebê-la sem nenhum tipo de intermediário, como bancos, por exemplo. Tudo é 100% digital, formado a partir de um código único.

Como surgiu? 

O bitcoin surgiu em 31 de outubro de 2008, após o fundador que leva o pseudônimo de Satoshi Nakamoto, enviar um email para uma lista de pessoas interessadas em criptografia. Na mensagem, ele escreveu que estava trabalhando “em um novo sistema de dinheiro eletrônico totalmente peer-to-peer, sem terceiros confiáveis” e enviou um link com um manual de nove páginas da criptomoeda em inglês.

Este documento continha os fundamentos resumidos do bitcoin. Os 4 principais eram:

  • É uma rede peer-to-peer para evitar gasto duplo (ou seja, enviar a mesma moeda mais de uma vez);
  • Não tem intermediários;
  • Permite o anonimato;
  • Usa um tipo de algoritmo para gerar bitcoin e prevenir gasto duplo.

Além disso, Nakamoto também estipulou que o bitcoin tem oferta finita. No total, apenas 21 milhões de unidades podem ser mineradas (ou seja, criadas) até 2140, o que torna a moeda bastante escassa. Até final de 2021, segundo o agregador Coingecko, 18,8 milhões de bitcoin já haviam sido emitidos.

Quem é o criador do bitcoin? 

Muito se especula sobre quem é o criador do bitcoin. No entanto, o que se sabe com certeza é que ele é conhecido apenas pelo pseudônimo e sumiu há 10 anos sem deixar vestígios!

Peter Thiel, cofundador do PayPal, tem uma teoria interessante sobre o inventor, conhecido como Nakamoto.

Segundo ele, há 22 anos, Peter participou de uma reunião com mais 200 pessoas, em uma praia na ilha do Caribe de Anguilla, em fevereiro de 2000. A praia foi o local de encontro dos fundadores da E-Gold, uma iniciativa que surgiu em 1996 e que pretendia criar uma moeda digital, mas que em 2007 chegou ao fim, após os envolvidos serem indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Na reunião, Peter contou que participou de discussões para integrar dinheiro digital ao PayPal com o intuito de “acabar com todos os bancos centrais”.

“Meu tipo de teoria sobre a identidade de Satoshi era que Satoshi estava naquela praia”, contou em conferência ano passado.

Ele acredita que Nakamoto seria uma das 200 pessoas que aprendeu com os erros do E-Gold, sabendo dos perigos de se envolver publicamente no desenvolvimento de uma tecnologia que teria o propósito de acabar com moedas nacionais.

“Bitcoin era a resposta para o E-Gold e Satoshi aprendeu que era preciso ser anônimo e não ter uma empresa. Se soubéssemos quem é, o governo o prenderia”, declarou.

Como funciona o bitcoin? 

Esta criptomoeda é negociada na internet em uma rede própria, a blockchain, que é um banco de dados onde são registradas todas as transações bitcoin entre os participantes da rede.

Cada transação de bitcoin é feita entre os membros, registrada através de software e membros mineradores, que verificam cada transação feita. Depois de validadas, as transações são acrescentadas a blocos de transação, a cada 10 minutos, quando são criados novos blocos. Por conta dessa validação, nunca foi possível até hoje fraudar bitcoin.

Os bitcoin são armazenados nas chamadas carteiras digitais, por onde é possível transferir e acessar as moedas.

Da ascensão à queda 

Logo quando surgiu, o bitcoin foi ganhando valor gradualmente, começando em US$0,003 e subindo até US$0,08 entre fevereiro e julho de 2010. Até que em fevereiro de 2011, o bitcoin alcançou o preço de paridade com o dólar, o que parecia impossível. Entre 2011 e 2013, a criptomoeda foi crescendo mais e mais até que em abril de 2013 começou a valer US$266. Porém, foi em 2017 que o bitcoin chegou a marcos importantes, valendo US$19,900.

O crescimento deve-se ao fato de historicamente o boom das criptomoedas colocou o bitcoin na boca do mundo, atingindo seu máximo, chamando a atenção de milhões de pessoas ao redor do mundo.

No entanto, a moeda não tem uma constância e nos últimos anos, o valor do bitcoin foi caindo e subindo desreguladamente. No dia 1 de janeiro de 2021, por exemplo, o bitcoin chegou a custar $29 mil, mas no dia 9 de janeiro, chegou a US$41.

Atualmente, o preço do bitcoin é $25,913, o que representa uma queda anual de 45%. Segundo especialistas, o motivo são alguns fatores, desde o crescimento da inflação, pandemia, Guerra da Ucrânia, até as altas taxas de juros.

Qual o cenário atual? 

Atualmente, o cenário é que as principais criptomoedas estão em queda. O bitcoin, por exemplo, desvalorizou 54% neste ano, até final de junho. O Ethereum, por sua vez, caiu 67% no mesmo período.

Nos últimos meses, por conta das altas dos juros e aumento de inflação, Bernardo Srur, diretor da ABCripto, garante que isso gerou impacto nos ativos digitais, já que agora há um “certo vínculo” do mercado de criptomoedas com o “mercado tradicional”.

“Ainda é muito cedo para falar se esse vínculo vai permanecer, ou se algum certo momento vai se descolar. Mas há uma tendência de ambos os mercados mais próximos”, garantiu.

Mas afinal de contas, o mercado está em risco? 

“Apesar da queda, esse risco não existe. O mercado de criptoativos já tem o seu espaço e cada vez mais estamos falando da expansão da sua tecnologia em utilização. Isso independe do valor do bitcoin em si”, declarou Bernardo.

“Ainda não é possível aferir se o bitcoin vai continuar nessa tendência de ser a principal criptomoeda. Hoje, é a cripto que já foi a mais testada e utilizada amplamente no mundo, dado que é a mais antiga”, continuou.

Quem aposta na subida do bitcoin? 

Atualmente, o bitcoin pode não estar em seu melhor momento, mas o ex-bilionário Tim Draper chegou a fazer uma previsão ambiciosa em janeiro, para a revista Forbes, garantindo que a moeda chegaria a marca de $250 mil doláres, o equivalente a R$1,29 milhão, em um ano. Na época, o bitcoin valia $41 mil dólares (R$212 mil).

Draper é um dos quatros magnatas de criptomoedas que não são mais bilionários porque perderam dinheiro graças ao crash da moeda digital.

Porém, Fred Ehrsam, cofundador e ex-presidente da corretora de criptomoedas Coinbase, garante que o colapso nada mais é do que dores de crescimento.

“Uma coisa que a maioria das pessoas não entende completamente: leva anos, muitas vezes décadas, para passar de um avanço tecnológico em nível de infraestrutura (como o das criptomoedas) para um ecossistema vibrante de aplicações convencionais”, tuitou.

Sam Bankman-Fried, dono da maior fortuna de criptomoedas do mundo, por sua vez, está investindo no mercado. Nos últimos meses, ele concedeu empréstimos enormes para empresas de criptomoedas que estavam em apuros.

“Levamos a sério nosso dever de proteger o ecossistema de ativos digitais e seus clientes”, tuitou ele.

Michael Saylor, dono da empresa de software Microstrategy, também é outro entusiasta do bitcoin e apesar das quedas, revelou em entrevista para a CNN que não venderia nenhum bitcoin, pois “O bitcoin vai durar mais que todos nós. Eu tenho certeza disso”.

Bom, independente de como está a queda das criptomoedas, se você tem algum bitcoin ou outro tipo de dinheiro digital, vale lembrar que você precisa fazer a declaração para tributar os criptoativos. Entre em contato com o time de especialistas da WeCont para saber quais os passos necessários!

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