Por que não é um bom momento para conseguir um investidor anjo?

O investidor-anjo surge com o boom das startups a partir dos anos 2010. Esse é um modelo de negócio essencialmente voltado para a inovação e, nesse sentido, o investimento anjo é como se fosse um “atalho” em relação à abertura de capital.

Em outras palavras: em vez de depender de sócios, como diz a lei, para capitalizar o negócio, a empresa pode procurar investidores externos para aportes de recursos. Seria algo parecido com o que fazem as empresas em processos de Oferta Pública Inicial (IPO), mas em uma escala menor.

Ainda que seja uma modalidade de investimento atraente para ambas as partes, dependendo do momento, o investimento anjo agora pode não ser a melhor opção. Sendo assim, caso esteja em seus planos atrair capital e recursos dessa forma, veja nos próximos tópicos por que reavaliar essa possibilidade. Acompanhe!

O que é um investidor-anjo?

A capitalização de uma empresa ao dar seus primeiros passos, normalmente, se realiza por meio de empréstimos contraídos junto a bancos. Outra forma convencional de se injetar recursos em um negócio é por meio dos sócios, ou seja, cada um investe para formar o capital inicial.

O investidor-anjo, nesse sentido, pode ser considerado como uma terceira via. Trata-se de uma pessoa física, em geral ligado ao ramo de negócios, que por sua expertise consegue detectar que empresas têm mais chances de crescer.

Ele não é um banco, mas injeta dinheiro e conhecimento em uma empresa por meio de rodadas de negociação. Dessa forma, ele também não é um sócio, mas pode vir a ter poder de decisão. Assim, uma fatia da empresa passa para as mãos desse investidor que, em alguns casos, chega a controlar até mais que 50% do negócio.

Por que vale a pena?

O investimento anjo pode ser uma alternativa mais interessante se comparado, por exemplo, com os empréstimos bancários. A diferença principal, nesse caso, é se tratar de uma forma de captar recursos menos burocrática. Embora seja indispensável apresentar ao possível anjo provas de que a empresa é lucrativa ou tem bom potencial, esse processo é mais direto. Toda a negociação acontece entre sócios e investidor, que também pode investir em grupos.

Cabe ressaltar que, com a Lei Complementar nº 155/2016, em seu artigo 61-A, § 4º, inciso I, o investidor-anjo:

“não será considerado sócio nem terá qualquer direito a gerência ou voto na administração da empresa;”

Assim, atrair investimentos dessa forma pode ser uma boa opção para quem precisa levantar recursos que não estejam disponíveis nas linhas de crédito usuais. Por se tratar de uma pessoa física, o investidor-anjo pode apresentar um leque de possibilidades muito maior e margens ainda mais atrativas.

E quando não é uma boa?

De qualquer forma, é fato que, depois de investir, ele terá certas prerrogativas e direitos que impactarão no processo decisório. Por isso, é preciso primeiro avaliar os objetivos da própria empresa antes de ir ao mercado em busca desse tipo de parceria.

Além disso, o aporte feito pelo investidor-anjo é único. Ou seja, se o dinheiro investido não for aplicado conforme o acordado ou os resultados não forem o que se esperava, o prejuízo fica para a empresa.

Há, ainda, outros bons motivos para você pensar melhor antes de optar por essa modalidade de investimento. Veja na sequência quais são.

Mercado estagnado

A recente pandemia de coronavírus e a grande desvalorização do real frente ao dólar e ao euro fez com que o mercado brasileiro sofresse uma séria retração. Não por acaso, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, foi a que registrou a maior queda entre as principais bolsas do mundo.

Dessa forma, esse é um momento dos mais desfavoráveis, considerando não só a derrocada do mercado financeiro como do consumo em geral. Já em queda desde setembro, quando o índice de confiança do comércio da ABDE esteve em baixa, o quadro atual não permite previsões de crescimento e órgãos de controle impedem as empresas de funcionar normalmente, fora as limitações para a circulação de pessoas nas ruas.

Falta de perspectiva no curto prazo

Todo esse cenário permite concluir com alguma segurança que, no curto e até médio prazo, as coisas não deverão melhorar muito. Até que se recupere e volte à curva de crescimento apresentada em 2019, será preciso aguardar algum tempo. Portanto, não se pode esperar bons resultados por, pelo menos, alguns meses após essa fase de recessão e de quarentena passar.

Existem outros mecanismos de estímulo

Nos períodos de crise ou de estagnação, o melhor a se fazer é apostar em modalidades de investimento de baixo risco. O investidor-anjo, nesse aspecto, pode sair muito caro. Isso porque, aliado ao aporte financeiro, vem uma série de exigências como forma de se proteger dos riscos inerentes a qualquer negócio.

Logo, se você puder, recorra ao empréstimo empresarial, principalmente aqueles com garantia de imóvel ou veículos. Nessa modalidade, os juros costumam ser mais baixos, os prazos para pagar mais alongados e o dinheiro pode ser liberado em menos tempo.

Sai caro em momentos de incerteza

Investidores-anjo, como você viu, cobram um preço que consideram justo pelo risco assumido ao investir em uma empresa. Se isso acontece até mesmo em momentos mais favoráveis, imagine o que não é exigido em uma fase turbulenta?

Além disso, todo aporte feito dessa forma implica repassar parte dos lucros para quem fez o investimento. Quando esse percentual é definido em um momento crítico, pode ser superestimado e vir a representar até uma redução dos lucros no futuro.

Por outro lado, a crise pode também causar efeito contrário: em vez de uma oferta mais generosa, o investidor ressabiado pode oferecer muito menos, o que não seria vantajoso da mesma forma.

Pode influenciar demais nas decisões

Deve-se considerar que todo aporte de capital, seja ele feito por sócios, seja por investidores, significa incluir nas decisões da empresa as pessoas que o fazem. Dependendo de quanto seja essa injeção de recursos, é possível que o investidor, embora não possa ser sócio, venha a ter um poder decisório acentuado demais.

Pelas razões que você viu neste artigo, vale seguir o antigo ditado popular que diz que “prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém”. O investidor-anjo é uma boa escolha, mas ela deve ser feita no momento certo e sempre precedida de muita orientação, ok?

Se você quer tomar a decisão mais acertada para fazer sua empresa crescer, faça contato com a gente. Nós queremos ajudar seu negócio a decolar com segurança.

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