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Criptomoedas: cenário e perspectivas para 2022

Quem está por dentro do mercado financeiro com certeza já ficou de olho nas famosas criptomoedas! Especialmente em 2017, quando o bitcoin, a primeira criptomoeda criada, teve o seu auge de valorização. No entanto, de lá pra cá, muita coisa aconteceu, mudando completamente os rumos das criptomoedas, que antes eram apostas certeiras e hoje podem já não são tão certeiras assim…

Onde tudo começou? 

Com o intuito de criar uma moeda digital independente, que não fazia parte do sistema regulatório dos bancos centrais, Satoshi Nakamoto criou o bitcoin, primeira moeda digital do mundo.

Por email, ele enviou a uma seleta lista de interessados em criptografia um manual.

Este documento continha os fundamentos resumidos do bitcoin. Os 4 principais eram:

–     É uma rede peer-to-peer para evitar gasto duplo (ou seja, enviar a mesma moeda mais de uma vez)

–     Não tem intermediários

–     Permite o anonimato

–     Usa um tipo de algoritmo para gerar bitcoin e prevenir gasto duplo

Depois de alguns anos, a moeda foi valorizando, abrindo caminho para outras moedas, como ether, binance coin, ripple, cardano, solana e afins.

Afinal, o que são criptomoedas? 

Criptmoeda é o nome para moedas digitais descentralizadas, criadas em uma rede blockchain a partir de sistemas de criptografía, que protegem as transações, suas informações e os dados de quem transaciona.

Basicamente, são moedas verdadeiras, mas que ficam digitalmente armazenadas e não tem um órgão responsável por controlá-las, intermediá-las e autorizar emissões, transferências ou outras operações.

A forte queda das moedas digitais 

Depois do ápice nos anos 2000, o mês de junho foi bastante crítico para as cripto, especialmente para o bitcoin, registrando sua maior queda desde 2011. No entanto, as 10 maiores moedas digitais também despencaram:

  • Bitcoin (BTC): -40,54%
  • Ether (ETH): -47,20%
  • Binance Coin (BNB): -33,62%
  • Ripple (XRP): -23,90%
  • Cardano (ADA): -26,37%
  • Solana (SOL): -29,59%
  • Dogecoin (DOGE): -25,69%
  • Polkadot (DOT): -34,26%
  • Avalanche (AVAX): -38,00%
  • Shiba Inu (SHIB): -14,51%

Segundo o site Exame, apesar do pessimismo, a queda não se deve aos fundamentos dos principais ativos digitais, mas sim ao que está afetando todos os mercados de risco, como a guerra na Ucrânia, aumento da taxa de juros nos EUA, pandemia e afins.

“Nada impede que ocorram mais quedas, mas é importante entender que investimentos em cripto são para longo prazo. Apesar de as criptomoedas seguem em queda desde o último mês, isso não significa que o investidor deva fugir desse tipo de investimento, mas sim entender o seu funcionamento para o longo prazo – e aqui falo de uma projeção em anos, não meses, semanas ou dias”, explicou Bernardo Pascowitch, fundador da Yubb, um site buscador de investimentos.

“É difícil, mas para investir, é necessário deixar os sentimentos de lado e focar no tempo necessário para poder ter bons resultados. Como no caso do bitcoin, que passou por grande volatilidade, mas trouxe recompensas para os investidores pacientes. Claro que não é garantido que o comportamento do passado se repita no futuro, mas esse passado desenha os investimentos em cripto como algo para o longo prazo”, garantiu.

A queda do bitcoin

Logo quando surgiu, o bitcoin foi ganhando valor gradualmente, começando em $0,003 dólares e subindo até $0,08 dólares entre fevereiro e julho de 2010. Até que em fevereiro de 2011, o bitcoin alcançou o preço de paridade com o dólar, o que parecia impossível. Entre 2011 e 2013, a criptomoeda foi crescendo mais e mais até que em abril de 2013 começou a valer $266. Porém, foi em 2017 que o bitcoin chegou a marcos importantes, valendo $19,900.

O crescimento deve-se ao fato de historicamente o boom das criptomoedas colocou o bitcoin na boca do mundo, atingindo seu máximo, chamando a atenção de milhões de pessoas ao redor do mundo.

No entanto, a moeda não tem uma constância e nos últimos anos, o valor do bitcoin foi caindo e subindo desreguladamente. No dia 1 de janeiro de 2021, por exemplo, o bitcoin chegou a custar $29 mil, mas no dia 9 de janeiro, chegou a $41.

Atualmente, o preço do bitcoin é $25,913, o que representa uma queda anual de 45%. Segundo especialistas, o motivo são alguns fatores, já citado acima, como crescimento da inflação, pandemia, Guerra da Ucrânia e as altas taxas de juros.

Demissões em massa chamam atenção

Pela primeira vez na história, o mercado cripto chamou atenção das manchetes mundiais não por aportes milionários, como era de costume, mas por demissões em massa das duas maiores empresas de negociação de criptoativos da América Latina: o grupo 2TM, dono do Mercado Bitcoin, e a Bitso.

No começo deste semestre, o grupo 2TM demitiu 90 dos 750 funcionários. A empresa alegou “ajustes que vão além da redução de despesas operacionais”. Já a Bitso desligou 80 pessoas no dia 26 de maio, do total de 700 funcionários.

As demissões são uma medida das exchanges para readequar a rota da fuga dos investidores, por conta do cenário atual.

Dan Yamamura, sócio do fundo de investimento de risco Fuse Capital, explica: “Essas empresas estão sofrendo duplamente. Com o período de queda do bitcoin e o problema para todo setor de tecnologia. A empresa que recebeu um aporte pensa em esticar o caixa o máximo possível. A fase de pegar o dinheiro e fazer o máximo possível com ele acabou”.

Mas não são só essas empresas que estão passando por dificuldades. A Voyager Digital, que negocia e faz empréstimos de criptomoedas, anunciou no começo de julho a suspensão de sua oferta de serviços, incluindo saques, depósitos, negociações e recompensas de fidelidade. A empresa apontou o calote do fundo Three Arrows Capital (3AC) como uma das principais razões para a decisão.

A 3AC foi à falência em junho deste ano, deixando de pagar o equivalente a US$305 milhões em bitcoin para a Voyager e US$350 milhões em dólares.

“Esta foi uma decisão tremendamente difícil, mas acreditamos ser a decisão correta dadas as condições atuais do mercado. Esta decisão nos dá tempo adicional para continuar explorando alternativas estratégicas com as várias partes interessadas enquanto preservamos o valor da plataforma da Voyager, que construímos juntos”, declarou Stephen Ehrlich, CEO da Voyager, em comunicado.

E as mineradoras?

Já as mineradoras de criptomoedas de capital aberto e as privadas acumularam dívidas entre US$2 bilhões e US$4 bilhões para financiar a construção de suas gigantescas instalações na América do Norte, de acordo com dados compilados pelo CoinDesk e por participantes do setor.

“Foi doloroso, mas necessário”, disse Alex Martini, CEO da empresa de hospedagem de mineração Blockfusion, ao CoinDesk, sobre a venda de “milhões” de dólares em reservas de BTC para pagar a dívida da empresa. Agora a Blockfusion tem uma reserva de caixa para durar cerca de seis meses, mas “se o mercado não virar” o negócio “será obrigado a fazer outra rodada” de liquidações, falou.

As dificuldades das mineradoras em pagar suas parcelas geram risco para o ecossistema como um todo, pois deixam os credores expostos à inadimplência. Leverton, da Hut 8 Mining, disse acreditar que as empresas vão descumprir suas obrigações. Elas precisam se preparar para o mercado em baixa durante os tempos de alta, pensando em como gerenciar os ciclos, tesouros e balanços, falou ela na conferência Consensus 2022 do CoinDesk em Austin, no Texas.

De acordo com Van Huis, os credores da plataforma de empréstimos de cripto BlockFi e da empresa de investimentos em Bitcoin NYDIG deram um “crédito horrível” que as mineradoras terão dificuldade em reembolsar dadas as condições atuais do mercado. Essas empresas não divulgam quantos empréstimos de mineração estão em seus balanços, por isso é difícil estimar o quanto estão expostas.

Segundo fontes do CoinDesk, a indústria se consolidará nos próximos meses e os players mais fracos serão forçados a se desfazer de ativos.

Isso não apenas trará oportunidades para outros players na forma de ASICs baratos, mas também tornará mais fácil para aqueles que ainda participam da mineração de Bitcoin.

Qual o futuro das criptomoedas? 

Bernardo Srur, diretor da ABCripto, garante: “Apesar da queda, esse risco não existe. O mercado de criptoativos já tem o seu espaço e cada vez mais estamos falando da expansão da sua tecnologia em utilização. Isso independe do valor do bitcoin em si. Ainda não é possível aferir se o bitcoin vai continuar nessa tendência de ser a principal criptomoeda. Hoje, é a cripto que já foi a mais testada e utilizada amplamente no mundo, dado que é a mais antiga”, continuou.

Já Nathan Thompson, da Exame, também tem uma visão esperançosa para o futuro: “Ao longo de sua história, o mercado cripto mudou em ciclos semelhantes às quatro estações. Tendências de baixa correspondem ao inverno.

Quando passo frio no meio do ano, acho o inverno desagradável, porém necessário para que a natureza recupere suas forças e o ciclo da agricultura se renove nas estações subsequentes”.Bom, independente de como está a queda das criptomoedas, se você tem algum bitcoin ou outro tipo de dinheiro digital, vale lembrar que você precisa fazer a declaração para tributar os criptoativos.

Entre em contato com o time de especialistas da WeCont para saber quais os passos necessários!

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