FTX: o que aprender sobre contabilidade com os erros da corretora

O mundo das criptomoedas ficou abalado após a FTX, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo, que chegou a valer US$32 bilhões neste ano, quebrar, bloquear saques e entrar com pedido de falência!

A história é bastante polêmica e bem complexa. Por isso, vamos entender um pouco melhor o que aconteceu e quais os motivos. Além disso, trazemos dicas importantes, diretamente do time WeCont, de como fazer a gestão contábil do seu negócio para que a sua empresa não seja a próxima FTX.

O que é a FTX?

A FTX é uma corretora. Ou seja, um lugar onde as pessoas físicas e jurídicas podem comprar e vender ativos. Por ser uma corretora de criptomoedas, os ativos negociados na FTX são as moedas digitais. A FTX é a segunda maior corretora do mundo, atrás apenas da famosa Binance. Por isso, ela mantinha bilhões de dólares em depósitos de seus clientes.

Quem é Sam Bankman-Fried, fundador da FTX?

Sam Bankman-Fried, também conhecido como SBF, é ninguém menos que o criador da FTX e antigo CEO da empresa. Ele foi o responsável pela ascensão rápida da FTX, que foi criada em 2019 e, em 2022, já era a segunda maior do mundo. Porém, ele também foi o responsável pela queda da empresa!

O que aconteceu com a FTX e por que ela faliu?

Por conta do aumento das taxas de juros no mundo inteiro, algo que impacta negativamente os ativos de risco, como as criptomoedas, SBF passou a intervir para salvar outras empresas, emprestando dinheiro a outras companhias.

Uma das empresas que recebeu dinheiro da FTX foi a Alameda Research, que pertence ao próprio SBF, e que recebeu bilhões em FTT, uma moeda oficial da FTX.

Embora os negócios devessem ser separados, tudo indica que o executive estava usando recursos de seus clientes ,que depositavam na corretora, para salvar a Alameda, o que é completamente ilegal.

“A FTX e seu fundador sempre pautaram suas decisões em uma grande agressividade, adquirindo mais alavancagem, com engenharia financeira e aparentemente com uso de fraude e contágio de balanços de empresas que não deveriam ter qualquer tipo de vínculo”, disse Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management.

Essas informações vieram à tona no começo de novembro, junto com o balanço da Alameda que revelava que cerca de US$14,6 bilhões eram mantidos em FTT. A partir daí, os clientes da corretora, com medo de perderem seus depósitos, começaram a sacar o dinheiro que tinham na FTX.

A empresa, por sua vez, não tinha dólares suficientes para arcar com todos os saques ao mesmo tempo e, então, quebrou! Entrando com pedido de falência.

No site, a FTX colocou um aviso dizendo que os saques foram bloqueados e que a empresa não recomendava novos depósitos.

“Diferente do que a FTX alegava, não havia dinheiro suficiente para arcar com os compromissos de resgate. A corretora efetivamente se apropriou dos recursos de clientes”, disse Ludolf.

Os erros contábeis e de gestão da FTX

Após a quebra, John Ray assumiu como novo CEO da FTX para liderar a empresa no processo de falência. Em documentos divulgados, ele declarou que nunca havia encontrado, em sua carreira, uma falha tão completa dos controles da empresa e uma ausência tão grande de informações financeiras confiáveis.

“Nas Bahamas, entendo que fundos corporativos da FTX Group foram usados para comprar casas e outros itens pessoais para funcionários e consultores. Não há também documentação para algumas dessas transações como empréstimos. Além disso, certos imóveis foram registrados em nome pessoal desses funcionários e consultores”, contou ele.

Ray disse para as autoridades norte-americanas que encontrou quatro grandes áreas de atuação da FTX, divididas por ele em “silos”. O primeiro é voltado principalmente à subsidiária da empresa nos EUA, a FTX.US, já o segundo abrange a Alameda Research.

O terceiro “silo” reúne outras empresas de investimento fundadas por Sam Bankman-Fried, e o quarto, o site da FTX internacional e outras subsidiárias. “Cada um desses silos era controlado por Bankman-Fried”, disse Ray.

O novo CEO da FTX também disse que o “silo” ligado à FTX.US deve ter “passivos significativos decorrentes de criptoativos depositados por clientes através da plataforma FTX.US”, que não está aceitando retiradas.

A Alameda Research teria US$5 bilhões em dívidas, somados aos US$1,5 bilhão de outras empresas de investimento e US$465 milhões do “silo” ligado ao site da FTX.

Em todos os casos, porém, Ray ressalta que “como este balanço não foi auditado e produzido enquanto os devedores eram controlados por Bankman-Fried, não há confiança nele e as informações podem não estar corretas”.

Falando sobre a crise da FTX, ele ainda ressalta que a falência foi causada por uma “severa crise de liquidez” e o surgimento de “questionamentos sobre a liderança de Bankman-Fried e a forma como administrou seu complexo conjunto de ativos e negócios”.

Ray informou às autoridades que, desde que assumiu o cargo, concluiu que “muitas das companhias do grupo FTX não tinham governança corporativa adequada” e que nomeou novos diretores independentes para todas as empresas.

O objetivo é que esses diretores implementem mecanismo de controle, proteção de ativos, investiguem a falência da companhia e maximizem o valor para acionistas.

Segundo o CEO, a corretora de criptoativos não mantinha um controle centralizado de seu caixa”, com uma série de falhas, incluindo a falta de uma lista de contas bancárias e atenção insuficiente ao grau de crédito dos seus parceiros ao redor do mundo.

“Devido a falhas históricas de gestão de caixa, os devedores ainda não sabem a quantia exata de dinheiro que o Grupo FTX detinha”, disse Ray. A empresa não tinha um departamento de contabilidade, e está agora no processo de identificar todos os históricos financeiros produzidos.

Até o momento, os novos diretores da corretora recuperaram cerca de US$740 milhões em cripto ativos que estavam armazenados em carteiras digitais, mas não há uma divisão clara de quanto corresponde a cada negócio que Bankman-Fried criou.

Ray ressaltou ainda que “Bankman-Fried não não faz mais parte e não fala pela FTX. Ele está atualmente nas Bahamas, e continua a tornar públicas declarações erráticas e enganosas”.

Quais os objetivos com o pedido de falência?

Segundo o novo CEO, John Ray, os cinco principais objetivos com o pedido de falência são:

  • Implementação de sistemas de controle ligados à contabilidade, auditoria, gestão de caixa, cibersegurança, recursos humanos, gestão de riscos e proteção de dados, que “não existiam em um nível apropriado”;
  • Localização e proteção de propriedades da empresa, dos quais “uma porção considerável pode estar desaparecida ou foi roubada”;
  • Uma investigação abrangente e transparente sobre as afirmações feitas pelo ex-CEO, Sam Bankman-Fried sobre o caso, em coordenação com agentes regulatórios dos EUA e internacionais;
  • Cooperação e coordenação com empresas que subsidiam procedimentos de insolvência;
  • Maximização do valor para todos os acionistas através da reorganização ou venda dos negócios, investimentos e propriedades da exchange.

E agora, qual a situação da FTX?

Logo depois do pedido de falência, no dia 11 de novembro, há informações de que recursos foram “roubados” por hackers. A Reuters estima que este roubo pode ter chegado a US$ 1 bilhão. O fundador da empresa, Sam, respondeu no Twitter à Reuters afirmando estar nas Bahamas, mas há rumores que esteja em um país da América do Sul, sem acordo de extradição, possivelmente a Argentina.

Na parte contábil, há uma estimativa que valores entre US$ 1 a 2 bilhões de clientes não foram contabilizados. Há dúvidas que isso seria realizado por um hacker, segundo a própria FTX.

Agora, John Ray está trabalhando na empresa para organizar todo o negócio.

Dicas de contabilidade da WeCont para não ser a próxima FTX

Contar com um serviço de contabilidade é fundamental para qualquer tipo de negócio. O caso da FTX é um exemplo da importância de investir em profissionais e empresas qualificados para prestar esse tipo de serviço.

Abaixo, separamos algumas dicas valiosas essenciais para uma gestão financeira saudável.

 Invista no controle centralizado do caixa da sua empresa

Uma das lições que aprendemos com o caso da FTX é o quanto possuir um controle centralizado de caixa é essencial para a operação do negócio. Um erro clássico que a corretora de criptomoedas cometeu foi ter as informações contábeis separadas e dividididas em diversos locais, principalmente as referentes ao caixa da companhia.

Um dos princípios de uma contabilidade assertiva é disponibilizar a informação apenas uma única vez, em um único local, para que todos possam usufruir dela, por meio de um único critério.

Não deixe a contabilidade para depois

Como vimos no texto, a FTX não tinha um departamento de contabilidade e, agora, após o pedido de falência, está no processo de identificar todos os históricos financeiros do negócio.

Investir em profissionais e empresas de contabilidade, claramente, não foi uma prioridade para Sam Bankman-Fried logo quando fundou a FTX. Essa escolha não afetou no curto prazo, mas foi crucial para o longo prazo e, inclusive, para a falência. Sem uma equipe destinada a fazer controle financeiro, a empresa perde o senso de direcionamento do negócio afetando as tomadas de decisões.

Foque no longo prazo e na legalidade das suas ações

O caso da FTX é um exemplo clássico do quanto os gestores de um negócio precisam pensar a longo prazo, principalmente nas tomadas de decisões. Apesar de ser uma empresa gigantesca, a gestão do negócio beirava ao amadorismo abrindo brechas para diversas fraudes fiscais.

Você, empreendedor, deve ter profissionais contábeis que te orientem da forma correta para todo tipo de ação que envolva a sua empresa. Muitas vezes podemos cometer erros fiscais e fraudes sem perceber porque não temos conhecimento técnico e orientação de profissionais qualificados.

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