Custo do funcionário: como calcular corretamente?
Contratar um novo colaborador é uma ação que demanda um bom planejamento. Com a competitividade do mercado cada vez mais acirrada, oferecer uma proposta atraente é fundamental para garantir os maiores talentos disponíveis. E hoje você vai entender por que conhecer o custo do funcionário é fundamental para isso.
Muitas pessoas acreditam que, para planejar a ampliação ou retenção de uma equipe, basta colocar os salários oferecidos na ponta do lápis. O engano pode se transformar em um erro bastante grave devido ao desequilíbrio das finanças.
Ficou curioso e quer saber mais? Continue a leitura e entenda por que o custo de um colaborador vai muito além do salário e dos benefícios.
Por que é importante entender o custo do funcionário para a empresa?
Conhecer o real custo do funcionário e entender como chegar ao valor correto é imprescindível para os processos de tomada de decisão das empresas. Na hora de abrir um negócio, aumentar as equipes ou compor um plano de cargos e salários, é preciso considerar que o profissional custa muito mais para a empresa do que o salário oferecido.
Nosso país é dono de uma legislação trabalhista bastante complexa, o que exige dos profissionais manter o conhecimento sobre suas regras sempre atualizado. Do contrário, pode sofrer as graves consequências de processos trabalhistas ou da perda de seus maiores talentos para a concorrência.
Quando se tem o valor de salários, encargos e outras variáveis estabelecidas na legislação na ponta do lápis fica muito mais fácil oferecer condições de trabalho mais atrativas e garantir a saúde financeira do negócio. Além disso, mensurar o custo de um funcionário é altamente necessário para que o empreendedor consiga realizar um cálculo dos seus gastos mensais que traduza a realidade.
Afinal, é quase impossível traçar uma estratégia de crescimento sem saber as necessidades da empresa, quanto dinheiro ela tem disponível em caixa e como ela pode engajar o seu capital humano utilizando seus recursos financeiros da melhor forma.
O que deve ser considerado?
Ao definir o custo total de um colaborador, é preciso considerar que o valor que será pago ao profissional, na realidade, é apenas uma porcentagem do que ele custa, de fato, para a empresa. Isso significa que um funcionário pode custar até 190% a mais para a empresa do que o valor que recebe em seu holerite.
Em primeiro lugar, é preciso ter a consciência de que o custo de um colaborador pode sofrer variações de acordo com o regime tributário. Veja as diferenças dos valores pagos, lembrando que podem ter alterações, mas a regra é essa:
Simples Nacional
- Férias: 11,11%
- 13º salário: 8,33%
- FGTS: 8%
- FGTS/Provisão de multa para rescisão: 4%
- Previdenciário sobre 13º/Férias/DSR: 7,93%
A soma dessas porcentagens resulta em 39,37%. Ou seja, quase 40% do dinheiro gasto pela empresa com o salário do colaborador não vai para o bolso do mesmo.
Regimes Lucro Real e Lucro Presumido
- Férias: 11,11%
- 13º salário: 8,33%
- INSS: 20%
- Seguro acidente de trabalho (SAT): 3%
- Salário educação: 2,5%
- Incra / SENAI / SESI / SEBRAE: 3,3%
- FGTS: 8%
- FGTS/Provisão de multa para rescisão: 4%
- Previdenciário sobre 13º/Férias/DSR: 7,93%
A soma dessas porcentagens totalizam 68,18%.
Como calcular o custo de um colaborador?
Nem só de impostos se estrutura a contratação de um colaborador. É preciso considerar gastos diretos e indiretos, sendo que:
- Os gastos diretos são aqueles que são pagos ao profissional, como salário e benefícios;
- Os indiretos estão relacionados ao que a empresa paga ao governo e que podem sofrer variações devido à categoria do profissional.
Sendo assim, partindo do princípio de que todas as obrigações vão ser religiosamente seguidas, que tal visualizar um exemplo prático de cálculos simples?
Após somar todas as verbas trabalhistas (13º, férias, INSS, benefícios, indenizações, impostos e demais adicionais previstos em lei), veja como ficaria a situação considerando um trabalhador que recebe um salário de R$ 2.000,00 em uma empresa optante pelo Simples Nacional.
- Salário: R$2.000,00;
- Vale Transporte: R$56,00;
- Vale Refeição: R$300,00;
- 8,3% referente ao 13º salário: R$166,00
- 11,1% referente às férias: R$222,00
- 8% referente ao FGTS: R$160,00
- 1,4% referente ao FGTS considerando o 13º e as férias: R$28,00
- 20% de INSS: R$400,00
- 4% de INSS com 13º e férias: R$80,00
Para manter esse colaborador, é necessário desembolsar um total de R$ 3.412,00 por mês. No entanto, a soma pode não parar ali. Todos os benefícios e incentivos concedidos devem entrar na conta, sem se esquecer das horas extras.
Também é importante ressaltar a importância de investir em treinamento e desenvolvimento dos colaboradores para a composição de equipes de alto desempenho. Como a atuação do capital humano é fundamental para que a empresa alcance bons resultados, os investimentos em capacitação devem fazer parte desse cálculo.
Dessa forma, é possível estruturar um programa de formação contínua, atrelado a um plano de carreira e a outras estratégias relacionadas à atração e à retenção de talentos.
O que acontece se minha empresa não fizer o cálculo correto?
Com a competitividade no mundo corporativo cada vez mais acirrada, todo cuidado é pouco. É preciso manter todas as atividades que envolvem as operações de uma empresa sob o mais absoluto controle. Do contrário, qualquer erro pode custar a permanência da organização no mercado.
Quando o valor de um processo não é conhecido pela empresa, as chances de tomar decisões equivocadas são muito maiores. No caso de não saber quanto custa um funcionário, é quase impossível buscar formas eficientes de investir em incentivos que possam reter esses talentos sem pesar no bolso do empregador.
Um orçamento bem estruturado e organizado possibilita um acompanhamento eficiente e que transparece a realidade. Como um dos maiores objetivos dos gestores é garantir o total controle sobre as finanças de uma organizacional, é de extrema importância não ultrapassar essas estimativas e controlar os investimentos relacionados ao capital humano da melhor forma.
Conhecer o custo do funcionário para a empresa é imprescindível para uma projeção segura de gastos, custos e investimentos. Assim, são evitados imprevistos e despesas extras, garantindo a competitividade do mercado por meio de propostas justas, adequadas à realidade do negócio e bem fundamentadas.
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