Braço da Cubos Tecnologia fatura R$ 5,2 milhões com cursos online de programação
Encontrar talentos nunca foi uma tarefa fácil, ainda mais na área de Programação e TI. A solução que a Cubos Tecnologia, startup sediada em Salvador, na Bahia, encontrou foi treinar esses profissionais dentro da sua própria estrutura para que se desenvolvam internamente. A iniciativa deu tão certo que deu origem ao braço de educação da empresa: a Cubos Academy, que em 2021 já faturou R$ 5,2 milhões – um crescimento de 30 vezes em relação ao ano anterior, vendendo cursos online na área de tecnologia.
Para a empresa, que nasceu em 2013, o feito é grandioso, já que em 2020, a Cubos Academy faturou R$200 mil e de lá pra cá, não parou mais de crescer.
Como surgiu?
A empresa foi criada para oferecer cursos online para programadores. “Vimos que existia a necessidade de preencher vagas de programadores ao mesmo tempo que não tinha pessoas capacitadas”, declarou José Messias Júnior, um dos fundadores da companhia.
Alguns anos mais tarde, em 2019, o curso nasceu como um teste de aulas presenciais em uma sala de reunião para poucos alunos. “Funcionou muito bem”, disse Júnior, atual CEO da Cubos Academy. No ano seguinte, a edtech nasceu oficialmente, com espaço próprio para o curso. Porém, por conta da pandemia, após apenas uma aula, o espaço precisou fechar.
As dificuldades no caminho
“Quando a pandemia foi decretada, nós já tínhamos vendido o curso presencial, mas tivemos de migrar para o ambiente virutal”, revelou o CEO. Já que o conteúdo tinha sido pensado para a sala de aula, a empresa teve alguns obstáculos nesta fase. “São muitas distrações na internet, e grande parte das pessoas acaba desistindo. Ficou claro que precisaríamos mudar a metodologia para a próxima turma.”
Então, eles pensaram nos dois modelos de ensino. “No curso presencial, existe data e hora para estar lá, então é bom porque produz engajamento. Ao mesmo tempo, o aluno precisa se adaptar ao ritmo do professor, se ele é muito rápido ou devagar”, contou, revelando ainda outra dificuldade: prender a atenção dos alunos com aulas somente gravadas, sem interação com os professores.
“A maior parte das aulas é gravada, mas existe um horário para assistir os vídeos. As pessoas aprendem em ritmos diferentes, e as aulas gravadas permitem isso”, disse. Daí, surgiu a ideia de marcar um horário no qual os professores ficam à disposição para tirar eventuais dúvidas, na primeira parte da aula. Já na segunda parte, os alunos resolvem exercícios práticos.
Não demorou muito e os resultados vieram. O primeiro curso teve 25% de concluintes, sendo que o segundo, já com esse novo método, teve mais de 80%.
Atualmente, a Cubos Academy tem 7 cursos, dentre eles, cursos de programação com o Nubank e com o iFood, outras startups de sucesso estrondoso.
Além disso, eles também oferecem alguns materiais gratuitos sobre tecnologia.
Colhendo os frutos
Como os alunos estavam felizes com o curso, Júnior viu a oportunidade de crescer. “Conseguimos
aumentar três números de uma vez: o de turmas, o de alunos por turma, e o preço”, disse o empreendedor. Em 2021, foram 14 turmas com 50 a 120 alunos e o curso também passou de cerca de 300 horas de duração para mais de 1000 horas.
O custo
Pensando no custo, os cursos têm um preço salgado, já que o tíquete médio da Cubos Academy é de R$14 mil. No entanto, a empresa sabe que o valor não é acessível. Por isso, criou o Sucesso Compartilhado, programa para alunos de baixa renda, que podem fazer o curso e pagar pelas aulas após eles estarem formados e trabalhando na área.
Para participar, é preciso fazer um processo seletivo no qual já precisam assistir algumas horas de aula. “Qualquer pessoa consegue aprender programação, mas o curso exige uma dedicação de seis horas diárias por oito meses. Se uma pessoa não consegue assistir a um minicurso, não iremos financiá-la”, afirmou o CEO.
O futuro
Com o modelo de aulas funcionando e lucrando super bem, a Cubos não planeja voltar para as aulas presenciais. “A ideia sempre foi ter aulas virtuais em algum momento, só tivemos de acelerar por causa da pandemia”, declarou Júnior, que garante que por conta da internet, tem alunos de todo o país.
O plano da empresa é continuar lançando cada vez mais cursos na área e faturar R$25 milhões em 2022, um crescimento de 23%.
Todo o sucesso da empresa prova que o mercado de infoprodutores não só é o negócio do momento, mas também é o negócio do futuro!