Se você é médico e atua como Pessoa Jurídica (PJ), provavelmente já se perguntou se está pagando mais impostos do que deveria. A boa notícia é que existem maneiras legais e inteligentes de reduzir essa carga — e uma delas é o Fator R para médicos.
Neste artigo, vamos explorar esse recurso com um olhar mais acessível e profundo, explicando o que é, como funciona, quando vale a pena e o que fazer para aplicar corretamente.
O que é o Fator R e por que ele existe?
O Fator R foi criado dentro do regime do Simples Nacional para diferenciar empresas de serviços intensivos em mão de obra daquelas que não são.
Em outras palavras, ele serve para “premiar” empresas que geram empregos e distribuem renda, oferecendo a elas uma alíquota menor de impostos.
Esse mecanismo é especialmente relevante para médicos, já que muitos prestam serviços por meio de empresas (CNPJ), seja atendendo em consultórios, clínicas, hospitais ou convênios.
Entendendo o cálculo do Fator R para médicos
O cálculo do Fator R para médicos é simples, mas precisa ser feito com atenção. Ele considera a relação entre a folha de pagamento e a receita da empresa nos últimos 12 meses. A fórmula é:
Fator R = (folha de salários dos últimos 12 meses / receita bruta dos últimos 12 meses) x 100
Com base nesse cálculo:
- Se o resultado for igual ou superior a 28%, sua empresa pode ser tributada pelo Anexo III do Simples Nacional (com alíquota inicial de 6%).
- Se o resultado for inferior a 28%, cai no Anexo V (com alíquota inicial de 15,5%).
Essa diferença pode significar economias significativas todos os meses. Para quem fatura alto, a diferença entre os dois anexos pode representar dezenas de milhares de reais por ano.
Por que o Fator R é tão importante para médicos?

O Fator R para médicos é especialmente vantajoso por um motivo simples: a área da saúde exige estrutura.
Secretárias, recepcionistas, enfermeiros, assistentes, técnicos — toda essa equipe pode (e deve) estar formalmente registrada.
Com isso, o valor da folha de pagamento cresce e, junto com ela, o Fator R. Resultado? Sua empresa entra no Anexo III e paga menos impostos, sem precisar recorrer a manobras arriscadas.
Comparativo das alíquotas no Simples Nacional
Enquadramento | Exigência do Fator R | Alíquota inicial | Variação da alíquota |
Anexo III | Fator R ≥ 28% | 6% | De 6% a 33% |
Anexo V | Fator R < 28% | 15,5% | De 15,5% a 30,5% |
Dica prática: Médicos que contratam ao menos um ou dois funcionários com carteira assinada já conseguem, na maioria dos casos, atingir o Fator R ≥ 28%.
Exemplo prático: como o Fator R reduz sua carga tributária
Imagine que uma clínica médica fatura R$ 720 mil por ano (R$ 60 mil por mês) e tem R$ 240 mil de folha anual (R$ 20 mil por mês).
Cálculo:
(240.000 / 720.000) x 100 = 33,33%
Nesse caso, o resultado é superior a 28%, então a clínica se enquadra no Anexo III e terá uma tributação mais leve.
Quais condições devem ser observadas?
Para aplicar corretamente o Fator R para médicos, é importante:
- Estar enquadrado no Simples Nacional;
- Ter um CNAE relacionado à prestação de serviços médicos;
- Manter funcionários formalizados, inclusive o pró-labore do sócio;
- Acompanhar mensalmente a variação do Fator R (ele pode mudar!).
Quando o Fator R não se aplica?
Nem todo médico consegue aproveitar o Fator R para médicos. Veja quando ele não se aplica ou perde vantagem:
- Médicos que trabalham sozinhos e não têm funcionários;
- Empresas sem folha registrada ou com apenas pró-labore;
- Profissionais que não estão no Simples Nacional;
- Empresas com faturamento acima de R$ 4,8 milhões/ano (limite do Simples).
Perguntas frequentes sobre Fator R para médicos
1. Posso usar o Fator R mesmo sem ter funcionários?
Não. O Fator R só é calculado com base em folha de pagamento registrada. Só o pró-labore não costuma ser suficiente.
2. Vale a pena contratar funcionários só para atingir o Fator R?
Depende. Se a estrutura da sua clínica exige equipe, ótimo! Mas contratar só para simular folha pode ser um tiro no pé e gerar problemas com a Receita.
3. O Fator R é fixo durante o ano todo?
Não. O Fator R é recalculado todo mês, com base nos últimos 12 meses. Por isso, você pode migrar entre os anexos III e V ao longo do ano.
4. Como sei se estou no Anexo III ou V?
Seu contador pode verificar mensalmente a relação entre folha e faturamento e informar em qual anexo sua empresa se enquadra.
5. Médico recém-formado pode aplicar o Fator R?
Sim, desde que já tenha uma empresa aberta, funcionários contratados e esteja no Simples Nacional. Mesmo com pouco tempo de operação, o Fator R já começa a ser calculado.
6. O que acontece se eu tentar manipular o Fator R?
A Receita pode reclassificar retroativamente seu regime tributário, cobrar diferenças, multas e juros e até excluir sua empresa do Simples Nacional. Por isso, tudo precisa ser real e documentado.
7. Como abrir uma empresa para aplicar o Fator R?
É preciso abrir um CNPJ, escolher o CNAE correto, optar pelo Simples Nacional, registrar funcionários e manter a contabilidade em dia.
Resumo: Fator R é vantagem para médicos com estrutura real
O Fator R para médicos pode representar uma grande economia tributária, mas apenas quando há planejamento e uma estrutura compatível. Ele valoriza a formalização, o emprego e a gestão profissional da clínica.
Ao lado de um contador especializado na área da saúde, o médico pode focar no que realmente importa: o cuidado com os pacientes — enquanto a parte fiscal trabalha a favor do crescimento do consultório.
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