Saraiva: da Recuperação Judicial à falência
A Saraiva havia protocolado uma solicitação de auto falência junto ao sistema judicial, reconhecendo sua própria insolvência, ou seja, sua incapacidade de cumprir suas obrigações financeiras, após quase cinco anos de processo de recuperação judicial.
A livraria Saraiva teve sua falência decretada pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital. A solicitação para a falência foi iniciada pela própria empresa no âmbito do processo de recuperação judicial, devido a uma dívida acumulada de R$675 milhões.
Na decisão, o juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho reconheceu o não cumprimento do plano de recuperação judicial e ordenou a suspensão de todas as ações legais e execuções contra a empresa falida, além de exigir a apresentação da lista de credores.
O magistrado ressaltou que, embora a solicitação de autofalência tenha sido devidamente formulada, com a alegação de terem sido apresentados todos os documentos requeridos pelo artigo 105 da Lei 11.101/2005 e a satisfação dos outros requisitos legais, o não cumprimento do plano já está documentado nos autos. Isto posto, de acordo com o artigo 73, IV, da referida Lei, é obrigatória a conversão da recuperação em falência, independentemente da vontade da devedora.
As semanas que antecederam ao pedido de falência
Três semanas antes do pedido de falência, a varejista confirmou o encerramento de todas as suas lojas no Brasil, mantendo apenas o site ativo, principalmente por meio da venda de produtos de terceiros. O fechamento das cinco unidades restantes resultou na demissão de todos os seus funcionários. Em maio, o último mês com dados disponíveis, a empresa contava com 321 empregados, considerando o site, as lojas físicas e a sede.
A situação começou a se complicar a partir de 2018 quando a Saraiva entrou com um pedido de recuperação judicial devido a uma dívida avaliada em R$675 milhões. Na época, um acordo com os credores foi alcançado para evitar a falência.Mas com as vendas em queda nos últimos trimestres, cumprir as condições acordadas tornou-se cada vez mais complicado.
Situação financeira da Saraiva se complicou ainda mais em 2023
No segundo trimestre deste ano, a empresa registrou um prejuízo operacional de R$11 milhões, um aumento de 16% em relação ao ano anterior. A receita líquida nas lojas físicas teve uma queda acentuada de 60,2% em relação ao ano anterior, chegando a R$7,2 milhões, enquanto a receita do site encolheu 78%, totalizando 128 mil.
A saída do CEO da Saraiva
Além disso, uma mudança de grande simbolismo foi anunciada pela rede, com a saída de Marcos Guedes do conselho de administração. Guedes, que tinha uma posição alinhada à família Saraiva, que controla a rede, foi presidente da companhia em vários períodos entre 2020 e 2023. Sua saída pegou os credores de surpresa e ocorreu em meio a uma série de desentendimentos entre a ala independente do conselho e os acionistas controladores, que apoiavam Guedes.
O atual CEO da empresa é Jorge Saraiva Neto, filho de Olga Saraiva e Jorge Saraiva, todos membros do conselho de administração.
Descumprimento das obrigações com os fornecedores
A RV3 Consultores, administradora da recuperação judicial da Saraiva, encaminhou uma petição à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, que cuida do caso. A petição relata o descumprimento das condições acordadas no plano de recuperação da companhia e solicita que a empresa seja intimada a prestar esclarecimentos, sob pena de convolação da recuperação judicial em falência.
A Lei 11.101/2005, que regulamenta a recuperação judicial e falências, estabelece que, no caso de infração a qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, o juiz pode decretar a falência da empresa.
A manifestação da RV3 Consultores menciona o pedido de falência da Saraiva, protocolado em abril pela Websoul Tecnologia da Informação, no valor de R$241 mil. A Websoul é uma empresa de tecnologia pequena, com dívidas dentro e fora do processo de recuperação, e teve seu contrato cancelado pela Saraiva.
A empresa não conseguiu se recuperar em termos de vendas e, sem fluxo de caixa, passou a atrasar pagamentos a ex-funcionários, fornecedores e proprietários de imóveis alugados. Há cerca de uma década, a Saraiva tinha quase 120 lojas, registrava vendas anuais de R$2 bilhões e um lucro líquido de R$240 milhões. No ano passado, suas vendas caíram para R$86,5 milhões, e ela acumulou um prejuízo de R$115 milhões.
Dicas contábeis para evitar a recuperação judicial
A contabilidade desempenha um papel crucial para evitar esse tipo de processo. Aqui estão algumas dicas contábeis que podem ajudar a prevenir a necessidade de recuperação judicial:
Mantenha uma Contabilidade Organizada
Mantenha registros financeiros precisos e atualizados
Isso inclui demonstrações contábeis, balanços patrimoniais, demonstrações de resultados e livros fiscais. Ter informações financeiras atualizadas ajuda a identificar problemas financeiros no início.
Orçamento Efetivo
Desenvolva um orçamento sólido e siga-o. Isso ajuda a controlar os gastos e a garantir que as despesas estejam alinhadas com a receita. Revisar o orçamento regularmente ajuda a fazer ajustes conforme necessário.
Controle de Custos
Mantenha um controle rigoroso sobre os custos operacionais e reduza os gastos desnecessários. Avalie regularmente os contratos de fornecedores para garantir que você está obtendo os melhores negócios.
Gestão de Fluxo de Caixa
Mantenha uma visão clara do seu fluxo de caixa. Saiba quando o dinheiro entra e sai da empresa. Isso ajuda a evitar problemas de liquidez que podem levar à insolvência.
Diversificação de Clientes e Fornecedores
Não dependa exclusivamentede um único cliente ou fornecedor. Diversificar sua base de clientes e fornecedores reduz o risco de grandes perdas financeiras se um deles enfrentar problemas.
Monitoramento de Indicadores Financeiros
Acompanhe de perto os indicadores financeiros-chave, como margem de lucro, índice de liquidez, endividamento e rentabilidade. Esses indicadores podem fornecer insights sobre a saúde financeira da empresa.
Planejamento Tributário
Procure maneiras legais de otimizar a carga tributária da sua empresa. Isso pode liberar recursos financeiros que podem ser usados para crescer ou pagar dívidas.
Renegociação de Dívidas
Se a empresa tiver dívidas significativas, considere a renegociação com os credores antes que a situação se agrave demais. Muitas vezes, os credores preferem chegar a um acordo a enfrentar a falência.
Consulte um Profissional
Conte com a orientação de uma empresa especializada em contabilidade, como é o caso da WeCont, para dar a orientação personalizada para seu negócio.contador. Nós podemos ajudar a identificar problemas financeiros antes que se tornem incontroláveis e oferecer soluções específicas para sua empresa.
Plano de Contingência
Desenvolva um plano de contingência para enfrentar crises financeiras. Isso pode incluir a criação de uma reserva de emergência, linhas de crédito de reserva ou planos para vender ativos não essenciais.
Lembre-se de que a prevenção é a chave. Manter um controle rigoroso sobre as finanças da sua empresa e tomar medidas proativas para corrigir problemas financeiros pode ajudar a evitar a necessidade de recorrer à recuperação judicial.
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